sexta-feira, 16 de agosto de 2019

Como vai a relação com o seu orientador?




"O erro nosso é viver o hoje projetando futuros onde o presente é feito de laços ainda frágeis. É preciso muita união, forjada a dificuldades, para juntos cruzarmos o rio. Isso serve para nós, que estamos aí 'sozinhos' numa noite de restaurantes lotados: que peso enorme damos ao amor romântico? Onde você está agora, está com quem? Só se vê sozinha a pessoa que não reconhece o outro ao lado. Amor é varias cousas."
(ALMEIDA, Gabriel Guarino de. O segredo de dobrar papel. Belo Horizonte: Letramento, 2019, p, 40.)

Confesso que ao ler esse trecho do livro do meu filho fiquei pensando na reflexão dele e percebi que desejava escrever sobre o processo de orientação.

Ao ler "O erro nosso é viver o hoje projetando futuros onde o presente é feito de laços ainda frágeis. É preciso muita união, forjada a dificuldades, para juntos cruzarmos o rio." (ALMEIDA, 2019, p. 40) me vi pensando sobre uma expressão que uso constantemente nas diferentes turmas da stricto sensu, especialmente quando algum aluno me faz uma pergunta mais específica, na aula de metodologia da pesquisa, e eu não sou o orientador dele. Eu respondo, como quem usa um mantra:

"Você deve escutar o seu orientador. Segure na mão do seu orientador e confie, pois ele é que é a pessoa que vai te auxiliar a cruzar o rio".

Identifiquei no texto do Gabriel algo que sempre digo e nunca escrevi. Faço aqui um breve ensaio para tentar ajudar a pensar sobre a pergunta que coloquei no título.

Muitas vezes percebo, especialmente no mestrado, o aluno ainda com uma noção do que pretende pesquisar, mas inseguro sobre o caminho a seguir ou com algo que escutou no processo de orientação.

Sou cauteloso, pois penso que a academia permite diferentes olhares, saberes, maneiras de interpretar e conduzir uma pesquisa. Logo, por convicção pessoal e também por um dever ético, procuro levar com delicadeza essas situações, mas tento fazer uma inserção cirúrgica no ponto que me parece fundamental: fortalecer a relação dos orientandos com seus orientadores.

E falo que o meu papel, para os meus orientandos, é simples: Orienta(DOR).

Não há curso stricto sensu sem DOR.

Você já parou para verificar o sentido etimológico da palavra DOR?

Eu poderia escrever das dores físicas, do tormento das ideias, das inquietações e outras formas de demonstração de como a dor se faz presente no mestrado, no doutorado e em outras tantas etapas de nossas vidas.

Ressalvo que também verifico em determinadas perguntas uma armadilha. Não que seja intencional. Mas, muitas vezes a pergunta é feita como a daquela pessoa que vai a outro médico ou advogado porque deseja uma "segunda opinião".

Luzes amarelas indicam que muitos alunos estão com a "cabeça fervendo" em busca do caminho. E nessa hora eu reforço a importância de buscar a interlocução com o respectivo orientador.
Tais situações acontecem, com certa regularidade, nas aulas de metodologia da pesquisa.

Pesquisar significa planejar cuidadosamente uma investigação de acordo com as normas da Metodologia Científica, tanto em termos de forma como de conteúdo. (OLIVEIRA, 2002, p. 62)

Na minha percepção as aulas de metodologia da pesquisa, na stricto sensu em Direito, inicialmente proporcionam uma oportunidade de desconstrução dos vícios e convicções do campo, por parte dos profissionais que estão habituados a escreverem em seu dia a dia de trabalho (advogados, juízes, defensores, delegados, desembargadores, entre outros).

Muitas vezes eu brinco: você precisa retirar as vestes do profissional do campo do Direito e se permitir usar as vestes do pesquisador.

Conto quantos anos demorei para entender o que um pequeno livro no alto da estante me dizia nos tempos em que eu não me reconhecia como um cabeça dura. Ainda bem que o tempo passa e podemos repensar muitas atitudes e comportamentos.

É claro que “devemos admitir que uma dissemetria entre o lugar do pesquisador e o lugar do outro é um limite que atravessa as diferentes possibilidades do diálogo” (AMORIM, 2001, p. 31)

Esse movimento pessoal é fundamental, tanto para transformar em estranho algo que lhe é familiar, quanto para tornar familiar algo que lhe é estranho. Esse processo é muito instigante e não é sem dor.

Aprender a respeitar o tempo de amadurecimento do aluno é algo desafiador e o papel do orientador é reforçar algo que está escrito nos regulamentos dos Programas e que, para quem é do campo do Direito, não é nenhuma novidade: prazo. Logo, mestrando e doutorandos têm prazos para qualificar e defender. Não podem ser ingênuos ao ponto de acharem que essa responsabilidade é de outra pessoa. Compete a você, orientando, zelar pelo seu cronograma de execução da pesquisa, produzir e se permitir ser orientado.

Mas, voltemos ao texto inicial: "Só se vê sozinha a pessoa que não reconhece o outro ao lado. Amor é varias cousas.", escreveu o Gabriel. "Como vai a relação com o seu orientador?", eu perguntei.
Se você se vê sozinho na orientação deve se perguntar se está reconhecendo o outro ao lado. Talvez falte um ajuste fino na relação, mas a responsabilidade da busca da orientação é do orientando. Escreva, marque uma reunião, peça ajuda, Encaminhe o que você escreveu. Faça a sua parte.

Parafraseando e complementando o original:

"Só se vê sozinha a pessoa que não reconhece o outro (o orientador). Orientar é varias cousas. Inclusive auxiliar o orientando a cruzar o rio. Valorize, sempre, o seu Orienta(DOR)".

Saudações Acadêmicas.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Como sobrevivemos ao curso de direito antes da internet


Iniciei meu curso de direito no ano de 1986, época em que as petições ainda eram datilografadas. Durante uma aula de Teoria Geral do Processo, no ano de 1988, me recordo do professor Walter Lambert de Brito contando o problema que havia acontecido no seu computador, resultando na perda de um prazo. Ele discorria sobre as providências que adotaria para tentar a devolução do prazo. Nós nunca soubemos se ele obteve êxito no seu pedido de devolução de prazo, mas a turma buscava receber os ensinamentos dos diversos professores não apenas com a admiração pelas histórias que eram passadas, mas também pelo fato deles compartilharem conosco as suas experiências profissionais.

Nesse período em que não havia a internet comprei meus primeiros livros e códigos, todos vendidos pela equipe do João, da Livraria Cultural da Guanabara. Essa tradicional livraria do Rio de Janeiro foi fundada no ano de 1966, o mesmo ano em que nasci. No fim dos anos 80, o Grupo Cultural da Guanabara inaugurou a Editora Lumen Juris, e nós alunos crescemos com aquele contato estreito com os livros e autores. Tenho boas recordações dos tempos que do lugar do aluno nossa função era aprender os conteúdos e sonhar com a vida profissional que iríamos enfrentar logo adiante. Uma das primeiras providências ao iniciar o curso de direito foi adquirir a obra Vocabulário Jurídico, de Oscar Joseph de Plácido e Silva.

Sempre tive o hábito de pesquisar as palavras e expressões que me desafiavam. O famoso dicionário jurídico foi adicionado aos dicionários que já faziam parte do meu cotidiano. Depois incorporei o Dicionário de Economia e Administração, o Dicionário das Citações, o Dicionário Latino Português, entre outros. Recentemente incorporei o Dicionário de Princípios Jurídicos, uma obra fundamental para os operadores do Direito.

Nem sempre era fácil comprar livros, mas sempre tive o apoio dos meus pais, o que sempre busquei fazer com meus filhos: incentivar a leitura, a pesquisa, a busca pelo conhecimento. Sempre falo da importância de pesquisar, manusear os livros, andar pelas bibliotecas e livrarias. Mais do que falar, sempre pratiquei. Vejo com alegria o uso frequente que fazem dos serviços prestados pela Biblioteca Pública localizada na Praça da República, em Niterói. E do gosto que os três herdaram pelos livros. 

Mas sou de um tempo em que as bibliotecas dos cursos de direito não emprestavam livros para que levassem para casa. Muitos colegas não tinham condições de comprá-los. Quando fui eleito presidente do Direito Acadêmico Rui Barbosa, O DARB, um dos poucos diretórios acadêmicos que não foram fechados na ditadura, nossa gestão conseguiu algo, naquele ano de 1989, ainda pouco comum: a aquisição de livros e o empréstimo aos alunos, para que pudessem estudar em suas casas.

Atualmente, as instituições de ensino superior são avaliadas, entre outros aspectos, pelo acervo disponível na biblioteca para uso dos alunos.  

Guardo com muito carinho uma placa que recebi em 31-08-1990, na posse da nova diretoria, com os seguintes dizeres: “À Gestão Realização. Uma singela homenagem que traz em si o símbolo do reconhecimento dos alunos da Faculdade de Direito Candido Mendes – Centro ao inesquecível trabalho por essa gestão. Que fique a certeza de que seremos todos responsáveis, sempre.”

Quando escolhi o nome da nossa chapa “REALIZAÇÃO : SOMOS TODOS RESPONSÁVEIS!”, tinha em mente o que significa realizar, ou seja: realizar significa tornar real. Sempre disse, desde jovem, que não basta sonhar é preciso transformar em realidade os nossos sonhos, ou seja, realizar. Em trabalhos coletivos, especialmente, somos todos responsáveis. Ter essa noção do coletivo, do grupo, sempre esteve presente na minha militância, embora muitas vezes tenha me deparado com pessoas por demais individualistas. Ter uma preocupação com o coletivo é algo que busco trazer em meu dia a dia no magistério.

A rampa de acesso para cadeirantes já era um pleito da nossa gestão, anos depois construída. 

Em cada etapa de minha vida profissional tive que sair da minha zona de conforto. Dar continuidade aos estudos, cursar duas especializações, dois mestrados e o doutorado, tendo que sustentar casa, com filhos e vida profissional na advocacia, ainda hoje é um desafio diário. Tenho que buscar tempo e forças, trabalhar sábados, domingos e feriados para dar conta dos desafios decorrentes das escolhas que fiz. E não vivo reclamando. Ao contrário, estou feliz por ter saúde, determinação e foco para vencer cada desafio diário. 

Anos atrás, coordenando o curso de direito de uma instituição de ensino superior, encontrei um jovem professor que ainda não tinha continuado seus estudos e conversei sobre os critérios do Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior (SINAES) para avaliação do corpo docente. Thiago Minagé seguiu a orientação, prestou a seleção, cursou e concluiu seu mestrado em direito e está lançando o livro Processo Penal Constitucional, pela Quileditora (http://www.quileditora.com.br/)

Outro jovem, esse nosso ex-aluno, Rodrigo Alcântara Mesquita, também está lançando seu livro Legislação Ambiental Brasileira (uma abordagem descomplicada).

Tenho orgulho de compartilhar notícias assim, especialmente quando vejo pessoas dedicadas, que não ficaram paradas em sua zona de conforto e que buscaram vencer as dificuldades, que fazem parte do dia a dia de cada um de nós. Por isso ambos já foram convidados e realizaram minicursos na Escola Superior de Advocacia de Niterói, sob minha direção administrativa.

Mas essas lembranças todas foram despertadas pela motivação em tentar encontrar um meio de auxiliar os alunos em geral e especialmente aos que muitas vezes tem dificuldades de interpretação de texto, das singularidades do mundo jurídico atual. E também para provocá-los a sair da zona de conforto, afinal a universidade é um lugar em que espera um comportamento proativo, especialmente aos que estão em nossa área de atuação.

E digo que aqueles que fizeram o curso de direito antes da internet, tinham uma vida muito mais difícil no que se refere à pesquisa e obtenção de informações.

Para ter acesso à jurisprudência ou você se deslocava para pesquisar nos tribunais ou contratava os serviços especializados e recebia os boletins que traziam as atualizações de legislação, doutrina e jurisprudência. Para saber o andamento processual tinha que se deslocar ao fórum. E foi assim que a minha geração foi formada.

Desde o primeiro ano do curso de direito eu estava com o umbigo encostado nos balcões dos cartórios. E era necessário muito jogo de cintura para obter as informações, aprender na prática e conciliar os estudos e a vida real. E assim se passaram 26 anos. Nós sobrevivemos ao mundo antes da internet. 

Hoje é tudo muito mais fácil para quem está estudando e tem que fazer uma pesquisa!

Selecionei alguns exemplos de como a vida dos atuais acadêmicos de direito pode ser mais fácil, com alguns cliques e razoável conhecimento de como navegar na internet.

Para quem deseja receber as atualizações legislativas, no sítio da Presidência da República (http://www2.planalto.gov.br/) existe a possibilidade de se cadastrar no sistema push e receber diariamente os boletins informativos. No mesmo site, no chamado Portal da Legislação, o cidadão tem acesso a todo o material legislativo produzido na história do Brasil: a Constituição, as Leis Federais, Decretos, Estatutos, dentre outros. Além de tais informações, o interessado também pode pesquisar a legislação por assunto.

No sítio do Supremo Tribunal Federal, qualquer cidadão[1] pode ter acesso a vários serviços úteis, dos quais destaco, inicialmente, os serviços STF Push e de pesquisa de jurisprudência.

STF Push - é o serviço informativo gratuito de jurisprudência, notícias diárias e acompanhamento do andamento processual no Supremo Tribunal Federal. No ato do cadastramento, o usuário seleciona os serviços que deseja e passa a recebê-los gratuitamente, no email cadastrado.

Jurisprudência - a Coordenadoria de Análise de Jurisprudência disponibiliza no sítio do Supremo Tribunal Federal a Pesquisa Eletrônica de Jurisprudência, recurso que permite ao operador do direito e ao cidadão comum realizar buscas na jurisprudência do Tribunal (acórdãos, decisões monocráticas, súmulas e súmulas vinculantes). Esse sistema de busca permite a localização de precedentes pela tese jurídica ou pelo preenchimento de campos específicos (legislação, data de julgamento, órgão julgador, Ministro relator do processo, etc.).

Ainda no site do STF há um Guia do Direito Constitucional[2] onde é possível encontrar links de diversos Dicionários Jurídicos on line, que sempre serão úteis em caso de dúvidas quanto ao vocabulário e expressões usadas no campo. Vejamos alguns exemplos das informações disponibilizadas pela Seção de Biblioteca Digital:

Direito virtual - Dicionário jurídico de expressões latinas, acessível no Portal Direito Virtual destinado a profissionais da área jurídica, estudantes de direito e funcionários do poder público.

Supremo Tribunal Federal
Direitonet - É um portal jurídico para advogados, estudantes de Direito, profissionais da área jurídica e todos os interessados em Direito com uma lista de 840 termos jurídicos

Mundo dos Filósofos - 
Apresenta pequeno dicionário de expressões jurídicas latinas

Glossário Jurídico - Apresenta verbetes da área jurídica seguidos de sua definição, inclusive alguns verbetes apresentam exemplos de utilização.

Glossário Jurídico - Portal Internacional do STF - Glossário jurídico em três idiomas. Elaborado em português, inglês e espanhol, o glossário busca apresentar à comunidade internacional, de maneira sistematizada e simplificada, institutos jurídicos brasileiros, com destaque para o vocabulário mais utilizado nas notícias sobre a atuação do STF.

Vários outros sítios merecem atenção. Apenas citarei alguns exemplos, de modo a instigar aqueles que tiverem interesse a realizarem uma visita: 

Conselho Nacional de Justiça - http://www.cnj.jus.br/
Tribunal Superior do Trabalho - http://www.tst.gov.br/
Tribunal Superior Eleitoral - http://www.tse.jus.br/
Conselho Federal da OAB - http://www.oab.org.br/#
Portal da Câmara dos Deputados - http://www2.camara.gov.br/
Portal do Senado Federal - http://www.senado.gov.br/

Perdoem o fato de ter me alongado. Mas senti a necessidade de compartilhar algumas reflexões, pois muitas vezes percebo pessoas ansiosas demais nos cursos de direito. Ainda não descobriram que a necessidade do estudo é contínua e que somente com muita dedicação é possível avançar de forma segura.

Tenho encontrado talentos excepcionais para a área do direito, mas muitas vezes me deparo com pessoas que tem grande dificuldade de entender a dinâmica do campo. É um desafio diário encontrar uma linguagem que dê conta das diferenças de histórias e formação das pessoas, enfim, da realidade humana heterogênea que cerca o dia a dia das salas de aula dos tempos atuais.

Congresso Nacional
Nesses anos de magistério já vivi experiências muito gratificantes. Me recordo com muito carinho da visita guiada que promovi a Brasília com diversos alunos e como eles ampliaram sua visão sobre o que estudavam na sala de aula. 

Estivemos no Supremo Tribunal Federal, no Superior Tribunal de Justiça, no Conselho Federal da OAB, na Procuradoria Geral da República, na Presidência da República, entre outros lugares antes conhecidos apenas nas referências das aulas e do noticiário.

Entre o que aprendemos na sala de aula e o mundo real existe um espaço que desafia algo além do que decorar conteúdos, fazer provas ou julgar o sistema educacional e a prática docente. 

Certa vez uma ex-aluna me chamou no Facebook para uma conversa na qual ela me fez um agradecimento. Ela havia desistido de cursar direito e tinha seguido outra carreira após escutar algumas reflexões que eu havia feito em sala de aula. Me disse que era muito grata e que estava muito feliz, pois havia se encontrado. Muitas pessoas optam pelo curso de direito com a ilusão de independência financeira, concurso público e se esquecem do que é fundamental: pensar na sua aptidão para o curso escolhido e sua futura felicidade profissional. Talvez por essa razão, antes de concluírem o curso alguns já tenham se tornado juízes, os primeiros de suas próprias escolhas.

E por isso sempre tenho na lembrança uma lição de Piero Calamandrei, no clássico "Eles, os Juízes, vistos por um advogado".

Todo advogado vive no seu escritório certos momentos em que, esquecendo as sutilezas dos códigos, os artifícios da eloquência, as astúcias do debate, não sente mais a beca com a qual se vestiu, não vê mais as togas com se vestem os juízes, e dirige-se a eles, fitando-os nos olhos de igual para igual, com aquelas palavras simples com que a consciência do homem se dirige fraternamente à consciência do seu semelhante, para convencê-lo da verdade. Nesses momentos, a palavra "justiça" volta a ser fresca e nova, como se fosse dita então pela primeira vez. E quem a pronuncia sente passar em sua voz um frêmito discreto e suplicante, como aquele que passa nas palavras do crente que ora. 

Bastam esses momentos de humilde e solene sinceridade humana para resgatar a advocacia de todas as suas misérias. 

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CARLOS ALBERTO LIMA DE ALMEIDA. Doutorando em Política Social pela UFF (2011). Mestre em Política Social pela UFF (2005). Mestre em Educação pela UNIVERSO (2003). Especialista em prevenção às drogas e escola pela UFF (2004). Especialista em Direito Processual Civil pela UNESA (1997). Graduação em Direito pela Faculdade de Direito Candido Mendes - Centro (1990). Professor auxiliar I da Universidade Estácio de Sá. Professor licenciado da Universidade Católica de Petrópolis. Diretor Administrativo da Escola Superior de Advocacia e Presidente da Comissão de Direito Educacional da 16ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional do Estado do Rio de Janeiro (OAB Niterói). Membro do Conselho Editorial da Revista da Justiça Federal -Seção Judiciária do Rio de Janeiro. Advogado desde 1991


Facebook: Carlos Lima de Almeida




sexta-feira, 29 de junho de 2012

REDES SOCIAIS, CYBERBULLYING E VIOLÊNCIA ESCOLAR


A edição de julho do Fórum Educação com Direitos, promovido pela Comissão de Direito Educacional da OAB NITERÓI, está confirmada para o dia 12/07, das 18h15min às 20h15min. 

Para debater o tema REDES SOCIAIS, CYBERBULLYING E VIOLÊNCIA ESCOLAR estão confirmadas as presenças dos seguintes debatedores: 

ADRIANA PIRES DE AREZZO (Doutoranda em Sociologia (IUPERJ). Mestre em Sociologia (IUPERJ) Graduada em Ciências Sociais (UFF). Professora dos Cursos de Pedagogia e Direito (UCP, UNILASALLE). Professora do Colégio Alzira Bittencourt e SEE/RJ), 

BIANCA SANTOS (Graduada em Comunicação Social – Jornalismo (UNIPLI). Atuou como Repórter na Radio Tupi durante 06 anos. Atualmente faz parte do quadro de Reportes do Sistema Globo de Rádio – CBN. Participou da cobertura jornalística do massacre da Escola Municipal Tasso da Silveira – Realengo), 

LUCIANE NARDINO (Psicóloga Escolar do Colégio Plínio Leite. Pós-graduada em psicanálise. Especialização em Educação Especial. Membro da Coordenação de Educação Especial da Fundação Municipal de Educação de Niterói. Co-autora do livro "Onde foi que eu errei?"), e

VITOR MARTINS MATTOSO (Advogado. Delegado da Comissão de Direito Educacional da OAB/Niterói. Ex-Agente Educador da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro. Instrutor de instituições de Segurança Pública). 


Para o presidente da Comissão de Direito Educacional, Carlos Alberto Lima de Almeida, que recentemente realizou palestra sobre o tema para os pais de alunos do Colégio Paulo Freire, em Niterói, é fundamental orientar filhos e alunos sobre as consequências dos seus atos na internet, especialmente nas redes sociais. Recentes decisões judiciais demonstram a importância que o assunto está tomando na atualidade. 

Em notícia divulgada nesta data no portal R7, uma professora que recebeu indenização de R$ 5.000,00 por ter sido ofendida por uma aluna em sala de aula demonstrou sua indignação com a situação vivenciada.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

UFRJ REJEITA CERTIFICADOS DE SUPLETIVOS E DO ENEM


A UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, por intermédio do Edital nº 97, de 06 de junho de 2012, criou verdadeiro obstáculo aos candidatos que pretendem se candidatar às vagas de ações afirmativas, afirmando que “não serão aceitos certificados emitidos por Centro de Ensino Supletivo ou certificação de conclusão por meio do ENEM”.


Em resposta dirigida a repórter do Jornal O Globo, o Presidente da Comissão de Direito Educacional da OAB Niterói, Carlos Alberto Lima de Almeida, destacou que a restrição imposta no edital da UFRJ, desqualifica o esforço daqueles que não tiveram acesso ou condições de dar continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria.

A LDB assegura que os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos, sendo certo que a exigência no nível de conclusão do ensino médio, relacionada à idade, é no sentido da realização para maiores de dezoito anos.

Existem decisões judiciais contrárias a tal tipo de vedação e o candidato que se sentir prejudicado deve recorrer ao Poder Judiciário. Recentemente, o teor de decisão proferida no Rio de Janeiro, em caso similar, foi no sentido de que “o fato de o candidato ser portador de certificado de conclusão de ensino médio na modalidade de ensino supletivo não é, por si só, motivo para vedar o seu acesso às vagas destinadas à Ação Afirmativa, face ao que dispõem tanto a Lei nº 9.394/96 quanto o próprio Edital do certame”.

Noutro caso, apreciado pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, o candidato foi impedido de realizar matrícula porque apresentou certificado de comprovação de ter sido aluno de curso supletivo integrante da rede pública de ensino. A decisão foi no sentido de que “tendo a formação fundamental e média do candidato se dado toda em curso supletivo de origem pública, verifica-se que estão preenchidos os requisitos exigidos pelo edital. O fato de ter concluído o ensino médio em exame supletivo não desnatura sua educação como obtida em escola pública. Demonstrado o direito líquido e certo do aluno à segurança impetrada”.

Em sua conclusão, Carlos Alberto afirmou que a decisão da UFRJ está na contramão da essência social das políticas de ação afirmativa e que não vislumbra razoabilidade na vedação imposta aos candidatos que tenham concluído seus estudos em cursos supletivos de origem pública ou por intermédio do ENEM.


terça-feira, 22 de maio de 2012

A JUDICIALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO


A OAB Niterói, através da Comissão de Direito Educacional, CONVIDA para o Fórum Permanente de Direito Educacional, denominado “EDUCAÇÃO COM DIREITOS”, cujo objetivo é proporcionar mensalmente debates relacionados às diretrizes de trabalho da comissão.
O primeiro debate de 2012 acontecerá no dia 24/05 (quinta-feira), das 18h15min às 20h15min, no auditório da entidade, situado na Avenida Amaral Peixoto, 507 - 11º andar Centro – Niterói – RJ, e terá como tema “A JUDICIALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO” e abordará o papel dos gestores das escolas, das famílias e dos profissionais da educação e do direito.
O fenômeno da judicialização da educação se caracteriza pela ação da Justiça no universo da escola e das relações escolares, resultando em decisões das mais variadas. O debate pretende demonstrar diferentes olhares sobre o tema e o papel dos gestores das escolas, das famílias e dos profissionais da educação e do direito neste novo cenário que envolve escolas públicas e particulares.

Debatedores:
·         ANA ISABEL GAMA DE ALMEIDA
ADVOGADA – DELEGADA DA COMISSÃO DE DIREITO EDUCACIONAL

·         FABÍOLA CARDOSO MELLO
PSICÓLOGA – PSICOPEDAGOGA - ORIENTADORA EDUCACIONAL DO COLÉGIO SÃO JOSÉ

·         FERNANDA DUARTE LOPES LUCAS DA SILVA
JUÍZA FEDERAL – DOUTORA EM DIREITO – PROFESSORA DA UFF

·         MARIA CLARA DE SOUZA E SILVA
ARTESÃ - MÃE

A entrada é franca e o evento tem como público-alvo os estudantes e profissionais do Direito, da Educação, do Serviço Social, da Psicologia, além de outros interessados no tema. Serão concedidas horas para fins de estágio aos estudantes de Direito. Informações complementares pelos telefones: (21) 3716-8922 / 3716-8923.

ESA NITERÓI PROMOVE MINICURSOS GRATUITOS


Os minicursos da ESA NITERÓI foram criados para proporcionar atualização profissional e networking

Os eventos são gratuitos e as inscrições devem ser feitas na secretaria (Av. Ernani do Amaral Peixoto, 507/9º andar – Centro – Niterói – RJ – Email: esa.nit@oabrj.org.br – Telefones: 2613 0703 – 3716 8916). 

Será expedida declaração de participação, sem ônus para os participantes. Os alunos que desejarem certificado arcarão com o custo de sua emissão (R$ 10,00) e deverão formular o requerimento na secretaria da ESA NITERÓI.

Hoje (22/05/2012), o advogado Alexandre Sica ministrou o minicurso "Como formar os honorários advocatícios", das 12h às 13h40min, com carga horária de 2h/a.

Você ainda pode participar! Veja os próximos cursos previstos:

Nova ortografia brasileira e seus reflexos nos textos jurídicos
Instrutora: Valquiria Paladino
Dia e horário: 24/05 – 12h às 13h40min
Carga horária: 2h/a

Como fazer a sua monografia
Instrutora: Rejane Machado
Dia e horário: 24/05 – 14h às 15h40min
Carga horária: 2h/a

Registro da Marca no INPI
Instrutor: Alexandre Sica
Dia e horário: 29/05 – 12h às 13h40min
Carga horária: 2h/a

Marketing Digital Jurídico
Instrutoras: Luana Zeni e Marcia Machado
Dia e horário: 29 e 31/05 – 14h às 15h40min
Carga horária: 4h/a

Mediação judicial
Instrutor: Carlos Alberto Lima de Almeida
Dia e horário: 29/05 – 17h às 18h40min
Carga horária: 2h/a

Dano moral e dano estético
Instrutor: Luiz Carlos Rodrigues Junior
Dia e horário: 31/05 – 12h às 13h40min
Carga horária: 2h/a

A reforma do Código de Processo Penal
Instrutor: Thiago Minagé
Dia e horário: 31/05 – 17h às 18h40min
Carga horária: 2h/a

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Fernando Dias assume diretoria-geral da ESA da OAB de Niterói, em cerimônia prestigiada por mais de 200 convidados


Fernando Dias
Ao assumir o cargo de diretor-geral da Escola Superior de Advocacia (ESA) Niterói, durante prestigiada cerimônia que lotou o auditório da OAB Niterói, Fernando José Dias reproduziu uma citação de Karl Marx para delinear a linha de trabalho a ser adotada na escola:

“Homens fazem sua própria história; contudo, não a fazem de livre e espontânea vontade, pois não são eles que escolhem as circunstâncias pelas quais ela é feita, mas estas lhes foram transmitidas assim como se encontram”.

E lembrou: “É nas condições que nos foram dadas que assumimos esta direção, cientes daquilo que foi realizado positivamente e das mudanças que se farão necessárias, tendo como ponto de partida o que nos foi legado. Faremos todos os esforços para que a ESA esteja ao nível da atual OAB Niterói, tão creditada pelos advogados e pela sociedade”, exaltou.

Posse prestigiada
A solenidade reuniu mais de 200 pessoas, entre advogados, magistrados e autoridades. Além do diretor-geral, tomaram posse na nova diretoria Bruno Capeto Hammerschmidt, diretor adjunto; Carlos Alberto Lima de Almeida, diretor administrativo; Elvira Werneck, diretora-secretária; e Mônica Ventura Rosa, diretora-tesoureira.

Petrucio Malafaia
Coube ao presidente da OAB Niterói, Antonio José Barbosa da Silva, presidir a mesa da solenidade, composta pela nova diretoria da ESA, o desembargador do TRT/RJ, José Geraldo da Fonseca, o juiz Alexandre Chini, presidente da Amaerj de Niterói, a juíza federal Fernanda Duarte, o conselheiro Manoel Martins e o defensor público Petrúcio Malafaia, que após a posse proferiu palestra sobre “Gratuidade da Justiça: Critérios Objetivos”.

“Essa diretoria já começou com o pé direito” elogiou Antonio José Barbosa da Silva, destacando o sucesso de público presente à cerimônia. “Está prestigiada pela sociedade e pelo mundo jurídico do Estado. Por desembargadores, juízes federais, estaduais e muitos advogados”. Nunca vi uma posse de diretoria da instituição tão prestigiada em qualidade e em quantidade, destacou.

A nova diretoria da ESA Niterói

 Na abertura, a cerimonialista Elvira Werneck pediu um minuto de silêncio pelo falecimento dos advogado Ernani de Araújo Mattos, Jorge Resende e Rogério Alves de Barros. Em seguida, citou os desafios a serem alcançados pela nova diretoria da ESA Niterói: promover a atualização, o aperfeiçoamento e aprimoramento dos advogados, visando-lhes a elevação técnico-profissional; realizar cursos, conferências, seminários, palestras, congressos e programação jurídico-culturais; efetuar estudos, pesquisas e divulgação destas sobre as condições de trabalho e desenvolvimento jurídico-cultural dos advogados; além de oferecer sugestões às autoridades competentes no sentido de promover o aprimoramento do ordenamento jurídico nacional.

A cerimônia contou com a presença do presidente da OAB de São Gonçalo, José Luiz Muniz, dos juízes Alexandre Chini e Fernanda Duarte, do secretário geral da OAB de Niterói, Anderson Prezia Franco, os conselheiros Aldir Vale, Alexandre Sica, Arthur Xavier, Cirilo de Oliveira, Elio Ferreira de Souza, Fernanda Tolla, Getúlio Arruda, Hélio Considera, João Alves de Góes, Joel Lima, Manoel Martins e Waltair Costa de Oliveira, além do advogado vice-presidente da Afat. Marcelo Gomes Cruz, e integrante da Comissão da Justiça do Trabalho.

Presentes também Leirton da Silva Coelho, Adércio Bussinger, representando o Sindicato dos Advogados do Estad; Joselir Duque Estrada, Gilmar Francisco de Almeida, em nome do Clube dos Advogados de Niterói; Fidelis Estefan, representando a subseção OAB Campos dos Goytacazes; e advogado e jornalista Célio Junger, além de Terezinha Terra, procuradora da Fundação Municipal de Saúde; Bruno Ribeiro, chefe de gabinete do vereador Waldeck Carneiro; Glícia Barbosa de Matos Brasil, psicóloga do Tribunal de Justiça; José Antonio Calegari, analista do Judiciário Trabalhista de Niterói, e os professores Marcos Marques, da UFF de Angra dos Reis; Thiago Tomé, Elen Vieira, da Fundação Bradesco e UFRJ; e Fábio Gomes, representando a UNIPLI Anhanguera.

(Notícia extraída do Boletim Semanal da OAB Niterói, veiculado em 08 de agosto de 2011)